quinta-feira, 26 de julho de 2012

O Seu

Então, eu sei que é um emaranhado de situações, de pernas e de fios de cabelo. São sombras, cores, cheiros e lembranças que são perpétuas na minha memória. Mas compreenda que estou nesta vida porque gosto, e gosto muito.
Mas não gosto apenas de me perder por aí, jogar garrafas de cerveja nos muros da Paulista e depois correr como um menino de quinze anos. Não gosto apenas de me envolver com novas bocas a cada bar, a cada esquina, como homens de trinta e poucos.
Eu gosto muito dessa sensação de falta (e que não é ausência) que você me faz. Gosto de ver uma foto sua, olhar pro seu ombro despido e lembrar da sua textura, da sua temperatura. Gosto de ver suas curvas de longe e imaginar minhas mãos passando suaves por entre cada dobra.
Gosto de sentir vontade de chorar ao ouvir uma canção inoportuna, gosto da sensação de surpresa ao convidar você (ou ser convidado) pra sair e ter que imaginar qual será o seu vestido novo e se haverá um toque ou um beijo a mais.
Dá pra ficar citando aqui tudo que eu gosto, e tudo que eu sinto falta e tudo que eu mato a saudade com um segundo em que você chega perto de mim e eu consigo sentir seu cheiro. O cheiro característico da essência que tá aí dentro, e que embalagem nenhuma vai tirar. O cheiro que eu amo, e amo de verdade, porque sei que tem uma mistura de mim mesmo.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Toque Dela

Quase sete da manhã, estou indo dormir, sem sono. O domingo inteiro passou depressa demais, não deu nem pra respirar. Depois que ela foi embora eu simplesmente fiquei sentado, passando o tempo com jogos eletrônicos, até agora.
Vou deitar com aquela sensação gostosa de lembrar do que aconteceu. Ela me disse que eu digo coisas maravilhosas com a mesma naturalidade de quem dá um oi. Eu disse a ela que sua pele arrepiada de frio combina com o Radiohead tocando e cria uma aura de beleza imensa quando está à meia luz. Aquela sensação de que isso poderia durar muito mais tempo do que de costume.
Me apaixono fácil, eu sei. Mas não tem como evitar casos como esse. Julia gosta de mar, gosta de vento, mão de homem. E eu gosto de Julia. Talvez mais do que queria.
Não sou mais desses que fazem promessas, mas gostaria de deixar registrada a beleza do momento e do sentimento que está vivo e pulsante agora. Quero deixar as coisas acontecerem sozinhas.
Assim, continuaremos a cantarolar Amarantes e Camelos por mais alguns quilômetros e a ficar em silêncio por mais alguns segundos.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Sou Jornalista

Sou jornalista. Não porque sou interessado pelos assuntos atuais. Não porque sou crítico e gosto de expor minha opinião. Não porque sou chato e cricri com erros de gramática. Sou jornalista sim, e nasci assim. Não sou revolucionário, não tiro boas notas. Não tenho os melhores trabalhos, não ganhei prêmios e nem fui o melhor aluno da sala. Minha redação não foi a mais elogiada.
Mas sou jornalista, sim, porque sou apaixonado por isso. Porque me encanta conhecer coisas novas. Porque tenho a necessidade de evidenciar o que realmente merece ser evidenciado. Porque penso que todos merecem se expressar e contribuir cada vez mais pra evolução humana. Mas o que me incentiva mais do que tudo é a esperança. A esperança de que meu povo possa enfim crescer. Crescer sem esquecer seu passado. Possa erguer a cabeça e se orgulhar de ter tido as maiores vitórias.
Meu povo, meu país. Jamais podemos nos esquecer das manifestações de rua que nossos pais participaram. Jamais podemos esquecer do que eles submeteram pela nossa liberdade. Jamais podemos deixar a libertinagem de hoje dominar a liberdade que nossos antepassados conquistaram.
Hoje está melhor que ontem, sem dúvidas, mas devemos ter sempre em mente os que sacrificaram suas vidas lutando por um futuro melhor. Temos que encarar nossos problemas de frente, unindo-nos e buscando solução.
Não vivemos só de carnaval, futebol e facebook. Temos a missão de tornar nossa terra mais rica pras próximas gerações. Não podemos apenas pensar que somos ricos porque vivemos num país em crescimento econômico. Temos que olhar pra nossa cultura, aprender a avançar com o que sabemos fazer melhor e seguir em frente.
É essa paixão e esse espírito que me fazem querer ser jornalista e amar o que estudo. Mesmo com as tentações e as dificuldades. Mesmo com a cervejinha do boteco ao lado da faculdade. Mesmo com as oportunidades de manter meus braços dentro de uma máquina.
Jornalismo não é feito de diploma, jornalismo é feito de coração.