quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Relevâncias

Tentamos tanto achar a verdadequando a verdadeé tudo o que somos sem querer.
Me lembro de quando eu era menor. Aqueles adolescentes que querem se destacar. Eu perdia muito tempo tentando me classificar, me encaixar em algum grupo. Mas o que sempre acontecia é que quando eu achava que era metaleiro, tinha que abrir mão do samba, quando eu achava que era emo, tinha que abrir mão das alegrias, quando eu achava que era straight edge, tinha que abrir mão do álcool e quando eu achava que era ateu, tinha que abrir mão de deus.
As pessoas conseguem abrir mão na maior naturalidade. Eu não. Sempre quero acrescentar. Por isso, não coube em nenhum dos grupos que me acolheram, e isso me ajudou a formar minha personalidade além de todas as coisas.
Hoje vejo gente por aí, se dizendo ser tantas coisas. Religiosos, vegetarianos, empresários, cultuadores do corpo, escritores, quadrinistas, artistas plásticos... e o que mais? Nada.
Tudo bem, eles podem ser muito bons no que fazem, mas e daí? O que vai acontecer é que eles vão permanecer presos em seus mundos engaiolados, enquanto tentam, de todas as formas, achar uma brecha de liberdade. E o pior de tudo é que essas grades foram construídas por eles mesmos.
Quando eu era novo, buscava me conhecer, e queria achar uma definição pro que eu sentia. Mas hoje, depois de alguns anos, percebi que sou o que sou, e nada mais importa.
Eu sou o não. Sou o desprendimento. Sou o que sempre quis e sempre evitei. Sou o que o dia me faz ser. Se danço no meio da loja de discos, é porque senti vontade, e nenhuma etiqueta vai me impedir disso.
A gente perde muito tempo procurando uma classificação pra usar, quando na verdade é só sentir que conta.