Desta vez não relutei, não quis evitar. Mas continuo o mesmo, nada de ilusão, cada um em seu canto, sabendo dos seus gostos e vivendo sua vida.
O que me dá gosto, agora, são dois amores: Noctourniquet e ela. Ela se destacou, entre todos os lábios vermelhos. Ela apareceu, impactando seus olhos azuis nos meus olhos castanhos e emaranhando seus cabelos loiros nos meus cabelos loiros. A mesma tonalidade.
Sinto que não acordei ainda, sinto que estou na transposição do pescoço, do movimento rápido e inconsciente da cabeça, depois do impacto que a faz paralisar por um momento. Estou vivendo este momento, onde tudo é bonito e aproveitável, todas as coisas são coloridas e vivas. Estou lá, imóvel, inerte, no poste, vivendo.
É impressionante sentir a vibração das guitarras, dos timbres, dos efeitos, e sentir aquilo como uma medicação, uma droga seguindo por suas artérias e te fazendo VER o som.
Duas vidas: uma interrompida lá no poste, onde eu deixei minhas preocupações. A outra aqui, caminhando em espiral, do centro pra fora, passando por tudo que é bonito, usufruindo do mundo e suas camadas.
Eu não ligo se não consegui expressar direito o que eu estou sentindo agora. Mas é um misto de euforia com paz, uma ânsia com serenidade, que ela, juntamente com as minhas outras drogas, estão me proporcionando. E eu só quero que continue até se esgotar da fonte.
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