terça-feira, 1 de maio de 2012

Tango (No limbo)

tô  precisando agarrar em um deus.
tô precisando de uma estátua pra adorar.
estou perdendo as forças pra lutar
é o preço que se paga por pensar demais...

queria ter nascido cego de raciocínio, talvez fosse mais feliz
tendo nunca conhecido o outro lado
tendo vivido o tempo todo inconsciente
mas com a (in)consciência tranquila

acordar, dormir, dormir, sonhar
sonhar, acordar, viver, dormir,
dormir, viver, viver, sonhar,
sonhar, dormir, viver, acordar,

e já não sei mais o que é real
já não sei mais o que é sonho
não posso me curar dessas cicatrizes que ele me deixou
por ter um dia me mostrado sua verdadeira face

esse carrocel girando mais uma vez
como um tango com o diabo
ele se disfarça de beleza, e se veste de vermelho
desce uma rua lamacenta e me chama pra sair

toca meus lábios, sutil
e me faz girar, girar, girar
e eu já não sei a quem devo atormentar
e eu já não sei a quem devo proteger

o que é o amor, senão uma explosão de sensações?
sendo assim, quem eu amo, senão a vida e tudo que nela está contido?
meus demônios disfarçados, meu mundo desmoronado
e meu anjo da guarda, de vestido florido, confiando e acreditando em mim.

tudo isso está colidindo e entrando em colapso no grande limbo que é a minha cabeça.

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